Passado o tempo, o gosto contínuo pelas suas memórias ainda permaneciam. Resolveram sentar no final de uma rua, numa dessas vilas, onde viveram por todo o tempo - Quase todo o tempo de suas vidas. Apanhavam sempre o costume de olhar o céu e fazer alguns dos desenhos. E embora as nuvens estivessem sempre tortas demais, elas sempre avistavam animais. Particularmente (os animais) estavam imóveis pensando nas suas vidas - ao olhar das duas meninas. Os animais em poses que de lá, pensativas, olhando, não sabe se lá o quê – talvez fosse à despedida do sol; aliás, era fim de tarde.
Estribeiras de pouca bobagem eram mesmo as risadas soltas das meninas, sobre palavras mordiscadas de apelidos uma à outra. Cheiravam a sonhos e tinham gosto de vida – dizendo de alegrias apostas sobre tudo que iam criando.
Sempre chamavam a colocar sobre o tempo alguma das lembranças (meras apagadas, eu diria) e outras singelas bem recordadas, mas propriamente lembradas pela menina mais nova e mais esperta. A menina mais velha, em suas palavras até dissera:
- Nunca ouvi tão sábias lembranças sem ser contadas por Alice. Até penso que ela tem um caixote grande e imenso, ao invés de um cérebro como os nossos – e sorria solto logo depois.
Mirabolantes as ideias de fuga contra lembranças cruéis. Ensinando uma à outra como poderia ter driblado de tais situações, como numa dessas paixões um pouco embaraçosas.
Sabiam de segredos, e fizeram parte de suas mesmas lembranças – de quase uma vida inteira. Alice até sabia que a folha preferida de Ana, (a menina mais velha) era a Ácer (bordo). As folhas ficavam entre uns dos livros de Ana, no qual ela escrevia sobre o dia em que acharam a folha – no qual dia, estavam juntas por sinal e felizes.
A menina mais velha e de ideias mirabolantes sorriu, para não cansar a alegria das lembranças que a sucumbia. Olhou para a gravura do livro, onde a menina dos cabelos pretos como piche é ainda a mesma que a fez desembaraçar todas as lembranças. E disse em silêncio:
- Sinto muito sua falta.
Fechou o livro e encerrou os olhos. Era lua de fim de noite, e as estrelas cessava lá fora, assim como a alma descansava em suas meras lembranças.
4 comentários:
Olá.
Adorei seu blog,muito legal e interessante,parabéns.
Até mais
Li, fechei os olhos e, pugente e intensa, com clareza vi a cena.
GK
Que beleza de texto, suas palavras foram dando sensação de "quero ler mais e mais" até chegar ao final, adorei Ana, parabéns.
Que linda história flor, tão doce, devia ter continuação. Imaginei toda a cena.
Beijão
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