Tentando não lembrar


             E imagino, com palavras duras.
É bom, mesmo que seja assim tão nostálgico.
                                                                                                                                  Leia: Ao som de Someone Like You - Adele

Me devolva o sorriso, isso não tem graça. Mas sei que bem ou mal, vou me deitar e pensar em você do mesmo jeito em que suas palavras me machucaram. E agora ficou como canção que não deixo de escutar. Recupero-me - pois sou forte o bastante quando penso que vivi por nós dois. A verdade é que sua presença de limites e monótonas acorrentou nosso amor. E agora, qualquer coisa serviria de companhia. Mas me pego nos livros, e coloco um CD pra tocar, e nada tenho, pois sua lembrança começa a bailar a minha volta, e você me assombra um pouco, e eu não sei a tal ponto isso é bom ou ruim. Seus detalhes que eu conheço bem me parecem bem mais transparentes, e eu não queria lembrar. Não agora. E quando pego pra rascunhar alguma coisa na quietude do silêncio, sua imagem sem propósito me vem, e minhas mãos percorrem as palavras por você. Não sei bem se sua falta um dia me fará rir de tudo, ou se junto à você há alguma esperança. Não sei se os dias iram me sorrir... Se as tardes de domingo serão as mesmas e se as manhãs os pensamentos serão relativos quando eu acordar. Ou se vai demorar um tempo. Ou um “grande” tempo. Ou se a verdade é que depois de um tempo, a gente esquece mesmo, e começa de novo. Mas aqui eu estou, me sentindo tudo e nada. E ao mesmo tempo em que te quero por perto, te quero bem longe.

Assopros surpresos


Ás vezes permaneço com as palavras empoeiradas em minha memória. Quando se soltam, se espalham um pouco enferrujadas, sem refúgios afinal. Ás vezes pode assoprar silêncios entre as entre linhas que ocupa histórias mal terminadas e contos por terminar. Um pouco de vazio entre elas que em contínuas demonstrações ao destinatário, se faz silêncio, que a não entende e desdém. Às vezes a poesia em coberta de amor se faz grande, só mesmo pra quem lê com a alma, mesmo que pequena. As faces figurativas que encontramos nas saudades entre os momentos rabiscados em velhos rascunhos. E os momentos afinal, que reprisam nas palavras de murmúrios e felicidades.

Algumas palavras em verdades passam sem entender, mesmo quando temos muito que dizer. Parecem que vão com o vento para determinados lugares fantasiosos, onde a ilusão culmina o espaço da inspiração, que logo me vem a “imaginar”. Me pego no espaço para trilhar de letra em letra as palavras, e começo a fantasiar, como se fosse verdade. Aonde palavras em um assopro surpreso da inspiração vem ao meu encontro. Então se cria poesia, metáforas e meu mundo, que apesar de pequeno, me faz grande, após encerrar o ponto final.

Me leve com você

Me leve pra contar sua história, viajar em você, viajar em mim. "Não me leve a mal, me leve pra andar por aí." Sugiro então, que segure minhas mãos. E que me beije sem querer. Que me abrace sem precisar entender. Deixa que eu vou cuidando... enquanto suas madeichas caem sobre seu rosto pequeno. Deixa que eu vou te olhando, e respirando por nós. É impressível quando estamos aqui. De alguma forma tudo tem de acontecer. Eu soo gargalhadas e te comprimento com sorrisos, vou até esquina, peço chocolate, te dou rosas - O que você quer? Moça, eu estou apaixonado! Agora, pegue meu coração, ele é seu. Sou eu, seu poeta da madrugada, sou eu: sonoro e silêncio. Que invade veneno, cantarolando amargo, saudades de você. E será que não vê? Dali a pouco vou correr por aí, e soltar a felicidade. Pois recebi de você muitos sorrisos, e eu sei, que no fundo todos eles eram "sim, sim..." Me diga, não é verdade? Me imagino então do seu lado.  Encalorado, rebuçado, embaraçado. Pra onde for agora, me leve com você. Se disser então, que não... Me diga. Pois não me faça ficar preso no seu sorriso perpétuo, que me atormenta - sem tê-los por perto.

Tagarelice

Hoje estou tão boba e risonha – mas desce mais uma dose de sorrisos, que hoje eu vou me embriagar. Não tenho motivos, nem nada. Só estou me sentindo bem, e isso é tão bom quanto um açaí abarrotado de coisas deliciosas. Já nem quero pensar nas coisas que me entristecem, ou que talvez me deixem pensativa. Só por hoje me fantasio em colares de gargalhadas, comigo mesma. Eu, a bolacha, e o lindo suco de maracujá sobre a mesa. Nem tenho nada a dizer. Só mesmo que sorrir sempre foi importante e a metade de que isso implica, é o amor, as boas companhias e os bons afetos e momentos construídos até aqui. O importante é não parar tão cedo “pois toda idade, tem prazer e medo”. Mesmo que a mala esteja pesada o bastante e você precise carregar, descarregue e desapegue nem que for por um momento. Aprendi que hoje a felicidade é qualquer coisa, está nas pequenas coisas, e você deveria saber disso também.

Mas l
ogo penso: 2012 está estranho, mesmo batendo calmo até aqui. Não vejo nenhum sinal vermelho que me possa impedir de por o pé no chão e caminhar como eu sempre quis. Mas a mala dos medos está pesada. Sei que pode ir e vir, tantas coisas, quanto grandes e pequenas mudanças. “Mas a vida cobra mesmo, não da pra fugir”.

Não há só poesias entre versos e rimas. Minha poesia está em qualquer palavra que me atinge, a ser livre e dizer o que eu sinto. Mas vejam só! Não foi lindo? O dia aqui também está lindo, feito pra se molhar. Mas por aqui encerro palavras de blablablá! Quantas asneiras abarrotadas de flor de Lins, menina aprendiz. (Um gesto carinhoso, do meu leitor fiel e amado me chamar). Um beijo na boca de quem a mais faz feliz! (: