tempo


Quando penso em al
go sobre o decorrer do tempo, vejo meus sonhos passando como se fossem nuvens. Acinzentadas, ou almofadadas como algodão. Ora tristeza, ora alegria. Mesmo perto, estão distantes, parecendo encaixar em um mundo diferente. Onde está aquela alma, que submete a entrelaçar a palavra mais bonita? Me cabe o silêncio, que me trás a companhia, de que nada sei, e de que nada vivi. Contraditório ser sonho, e ser medo. Ser eu, e ao mesmo tempo, não ser quase ninguém.

Medos mútuos


Deixarei um pouco a impressão
de que os medos balançam as estruturas.
Onde o peso me esmaga, e tortura
as minhas vitórias.
Que possivelmente serão assim,
imprudentes limitações.

Deixarei o cansaço que me abate
a mesmice dos dias, em que

o fracasso, dilata os sonhos,

que por medo, se deitam

e adormecem sem ter o intuito

de morrerem para sempre.

Menosprezo-me pela grande
capacidade de ir e tentar,

para somente fugir desse labirinto

que até onde vejo,

é o desafio até a chegada.

Por fim, a capacidade não me parece
mútua, mesmo sabendo
que eu posso
ser forte
, e grande o bastante,
para carregar
todas as dores pro mundo.

Tudo e nada


Posso ser a sa
udade, onde tudo implica,
onde nada sou, ou onde posso ser
Tudo isso, ou nada
Me fantasio agora, pois não sou verdade
Nem mentiras incobertas
Sou mentiras esclarecidas ao longo do tempo
Memórias como livros na estante

Do silêncio à um pulsar acelerado,
De tempos, e instantes
Tudo e nada.