Exatamente como deve ser

Vou disfarçando sorrisos e equilibrando sobre os pontos mais travessos. Ainda tenho que ousar dos sonhos, contar histórias sem dias previstos para fins e brincar de fazer poesia. Na pressa vou me apegando no amor e soltando da dor. E aí desapego das mágoas e me conserto, pois a minha alma estará bem mais limpa e risonha. Do quase silêncio e vazio importuno, soa gargalhadas, pra dizer apenas que sorriu e que brincou de viver. E mesmo do avesso ainda me encontro, e me vejo querendo tudo novo de novo, exatamente como deve ser.

Um só, solitário



Insistente por trás de suas máscaras,

num estado frio e tão solitário.
Ainda murmurando e resmungando.
Relembrando os mesmos amargos.
Se olhando no espelho, e indagando suas
feridas e desencantos de sua face.
Esteve sempre em tempos desgastantes e perturbantes.
Afoga-se nas dores e soa nas impressões.
Chora, se condena – sem movimentos.
Ainda pelos caminhos tortos e incertos cuja são suas incertezas.
Se engana, e lamenta pelas marcas do tempo.
Se cobre de retalhos sendo cadeado e aprisionado por si mesmo.
Retorce de mágoas e delira sobre suas insônias.
De uma ignorância e uma fragilidade consumista.
Sem controle para derrotas – assim ainda pequeno se torna.
Uma alma morta abrigada quanto às folhas secas.
Uma teimosia calada e ofensiva.
E diálogos mal interpretados.
Dilacerando o tempo...  Apodrece a alma.
E cala-se o ainda murmúrio.
Se exila, vive de silêncio e cansa.
Sem folhas e pincel. Apenas memórias apagadas.
Em um lugar empoeirado e desconhecido,
vive um só e solitário. De vazio e de atormento.
Apunhalou um coração de pedra e só mesmo quis
se apoderar de vazio e solidão, até virar poeira.

Querida Infância

     Às lembranças se dobraram.
Me livrei da inocência e escorreguei das fantasias.
O tempo passou rápido, como um tropeço.
 Me despedi.
Ainda desdobro as memórias, mais só me restou saudade.
Quem dera, se ela voltasse.

Palavras



Papel envelhecido, quase rasgado
sorriso exalando depois do espaço da margem

ocupando as entre linhas do papel,

driblando sentimentos, recolhendo o conhecimento,

visualizando a alma e um toque de poesia no final

do verso nada ilustrado, da figura elaborada

do perdido embalo e de fins que acabam

sem grandes finais.
                                                              
                                                                                        Imaginem se as palavras cansassem?

PS: Estou muito triste com os possíveis plágios. Pela falta de reconhecimento com o que escrevo. Apesar de ter sido talvez pequenos, tenho ficado triste com isso.  Certas pessoas que eu diria sem criatividade usam minhas idéias e minhas frases como se fossem delas, e a propósito, postam sem aspas e sem o merecido nome e dizem ironicamente não saber que viam de mim as palavras.  Definitivamente, algumas pessoas deveriam ser mais sensatas.