Nuvens

Quando pensei no conforto da minha alma, comparei com as nuvens. Há algo que possa entrelaçar no almofadado delas, como se fosse aconchego da nossa própria sombra. Os seus enlaces são divinos em toda a sua existência, como nossos únicos traços. O que é branco se torna pálido para com as nossas tristezas. E a sensação de que elas se movem é como se nossa alma fosse esfarelando todas as nossas discórdias, e para um lugar misterioso fosse levada. As nuvens por vez, se tornam cinzas e desabam na chuva perpétua, como se fossem nossos medos que estão carregados, e te sobra as lágrimas para que de alguma forma elas vão embora, ou continue caindo.

Estranha perfeição


Contorceu-se de seus mesmos medos e murmúrios.
Foi pra outro lugar, reviver então.
Repassar as dores amargas das despedidas,
pra ir jogando de lado, fazendo as malas
e passando o futuro para o lado de lá.
Saltava então do pensamento,
flutuando em seus sonhos quase de pé.
Sentando um pouco pra respirar
se virou, e lá estava um mundo inteiro,
onde as lembranças não cabiam
em lugar nenhum, mas faziam parte
de um todo. Onde começaria
novos sorrisos, e

colecionar suas fantasias,
com o pé no chão.

Saudade

Saudade a dentro, e não será necessário que eu jogue fora. Um colapso surpreendente, meio mágico. Você bem sabe que somos existentes e perversos, na maneira de brincar, e ao mesmo tempo tão ingênuos. Sua lembrança me faz integrar e dessinterrar as memórias. Me faz perder de mim, pra encontrar com você. Você despreocupado nem se interessa em saber de onde vem a calma da história. Meu desespero é interno, e você entenderia caso vasculhasse meu interior maduro. Não que eu me esconda por trás de outras máscaras, mas coisas que você ainda não conseguiu perceber são as que mais me fazem falta. Por enquanto vou rabiscando alguns versos e ficando sobre meu sorriso meio fosco e aparentemente apreensivo por sua chegada. Sei que vem e onde está. Reclamo do tempo acelerado, mas ele é bom pra saudade que tem dia certo pra voltar.

Um ano de blog!

Já enraizadas estava toda minha fascinação.

Havia já desde muito menina,
fascinação pela leitura, e as palavras como companhia. Pra qualquer pedaço de papel minhas palavras eram destinadas: a versos com rimas tão batidas, cartas de amigos ou pra qualquer paixão que deixasse os meus olhos pêndulos e brilhando, à seu diário preferido. Uma primeira coleção de historinhas pra contar, e a descoberta que as faria ir a qualquer lugar, permanecendo ali, com sua mesma infância, e participando como se fosse personagem. Cresci com a mesma raiz e junto a poesia ia ficando melhor e minhas palavras amadureciam com meus pensamentos. Comecei brincando de ser escritora, com uma participação da minha poesia no primeiro livro da escola. Minhas palavras então começam a fugir de mim, e minha imaginação corria pro espaço do papel.

Daí então resolvi criar esse blog, pra que eu pudesse deixar o lápis e o papel. Mas aqui é quase tão simples, mesmo um pouco moderno me sinto ainda enraizada, com minha mesma alma quando descobri minha fascinação pelas palavras. E pra isso encontrei descobrir por aqui, a mim, pra que eu pudesse guardar e observar de alguma maneira meu desenvolvimento. E além de descobrir a mim, descobri e conheci outras pessoas, com outras raízes, outros sonhos, outros gostos e outras memórias. E sem querer nos esbarramos e na intimidade das nossas escritas acabamos nos sentindo próximos. E aí começo a perceber, que minhas palavras não ficaram apenas por aqui como um baú memoriador.

Meu "eu particular" invade sem querer quase todos os textos. "My litte world" (Meu pequeno mundo), que apesar de grande para muitos, às vezes me parece tão pequeno. E é aqui que me encontro. Mesmo na hora de  "imaginar" outras coisas, me vejo baseando um pouco do meu eu fantasioso, e fugir de mim assim, às vezes é tão mais eu, quanto estar em mim. Então imaginar se torna prazeroso.

Um ano passou tão rápido,
foi uma companhia de descoberta, e o que eu pensei que seria como que "engavetado somente" me fez aprender e desprender o que eu não conhecia.  Obrigada aos seguidores, aos leitores sempre fiéis (nem sei como retribuir tanto carinho, muito fofos). Aos que não comentam, mas me vêem, e me dão motivação, me diz pra seguir e sinto uma convicção tamanha. As críticas construtivas que recebi, aos elogios. Aos que passam, e não deixam rastros, mas de alguma forma, visitam. Aos meus amigos e amigas. E aos suspeitos ao dizerem sempre bem das minhas palavras: Minha família, em especial meu irmão Lucas (Disse pra não esquecer de mencioná-lo pois é o autor da ideia do nome pro blog, tá gente?)/sorriso. E ao meu namorado, leitor fiel, lindo e fofo. E mais que críticas e elogios, são opiniões valiosas, por isso sou muito grata a vocês que fizeram parte do meu pequeno mundo. Não se percam de mim!

Desejo, então... Que minhas palavras fiquem de pé e que a poesia percorra minha alma sempre. Que eu aprenda a não ter pressa pra encerrar histórias. E que eu não deixe de escrever, nunca. Pois pra mim, as palavras não se cansam, e não tem porquê se cansar delas...

Gostaram da nova carinha do blog? Espero que tenham gostado. Ganhei o lay da Mary (super fofa), do blog Cara de Nuvem. Eu amei!  Obrigada por estarem comigo. Um beijo doce, Ana.

Que seja doce, 2012.

Na madrugada dessa noite resolvi castigar a tristeza da minha briga constante contra o tempo e resolvi sorrir bem mais do que eu esperava. Meu início é em volta ao mundo, brindando duas coisas que me fazem lembrar: Escolhas de um futuro próximo e mais um ano de vida, onde tudo mesmo começa. Mas em minha volta só estava eu, com minha lista de desejos no pensamento, pessoas especiais ao meu lado, e lembranças registradas. Lá se ia meus quinze anos, e na mesma madrugada me despedia do ano velho que se encerrava e comemorava assim: O ínicio de um ano novo.

E nessa noite, quanta coisa minhas lembranças vinha paisando sobre minha alma risonha. Envolta aos meus pensamentos estava muito dos meus sonhos, o pontapé inicial para as escolhas, os detalhes, o amor, família, a me organizar, a tranquilizar os meus medos e me equilibrar sobre qualquer desespero. Enfrentar o tempo: Que temo, e que me limita de ir e carregar os meus sonhos pro mundo. Me lembrei que apesar dos frios contornos que a vida tem é bom receber sua vida de novo, porque abraçar o próximo ano, é como recomeçar. Desejei que o meu sorriso então, não durasse só por essa noite.

"Quero de novo: O novo. O inesperado, e as belas pessoas que ainda sejam companhias. Quero que meus sonhos se movimentem como as nuvens, e que minhas palavras brilhem como o sol. Que o amor se apaixone todos os dias. Que os meus desejos, e os detalhes que completam meus dias sejam realizado. Que os dias sejam mais dia, e a vida seja constante para o bem. Que venha mais 16 anos, e mais. Sempre muito mais. E que seja doce, 2012."

Um feliz Ano Novo, cheio de realizações!